Embora a lei não obrigue o repasse do cargo em afastamentos inferiores a 15 dias, o gesto — ou a falta dele — soou como um recado político. Em um momento em que o grupo governista tenta manter a aparência de unidade, a ausência de um simples decreto de transmissão de função levantou dúvidas sobre a confiança entre prefeita e vice.
Nos bastidores, a leitura é quase unânime: Marianna não quis dar visibilidade à vice-prefeita, que, além de médica, é vista como um nome com potencial para futuras disputas eleitorais. A recusa em repassar o cargo, mesmo de forma simbólica, teria sido interpretada como um sinal claro de distanciamento e desconforto interno na relação entre as duas.
Políticos próximos ao grupo afirmam, sob reserva, que o diálogo entre Marianna e Lara “já não é mais o mesmo”. Embora publicamente ambas mantenham o tom institucional, o silêncio e a falta de gestos de confiança reforçam a percepção de um possível rompimento político — algo que, se confirmado, pode reconfigurar o cenário eleitoral local nos próximos anos.
A ausência da prefeita, que se apresenta em agenda internacional “buscando investimentos para Pau dos Ferros”, ocorre em meio a um contexto de críticas à gestão, desgaste político e cobranças por resultados concretos. Para muitos observadores, a viagem acabou servindo não só para alimentar o debate sobre o uso do dinheiro público, mas também para expor as fissuras dentro do próprio grupo governista.
Com a prefeita do outro lado do mundo e a vice à margem das decisões, fica a pergunta que ecoa nos corredores da política local: a relação entre Marianna Almeida e Lara Figueiredo ainda é de parceria — ou já virou desconfiança?
*Com informações de Clodoeudes Fernandes
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