Blogueiro de Lajes do Cabugi Antecipando a Política: Um Caso de Propaganda Antecipada?

Nas vésperas das eleições de 2026, o clima político no Rio Grande do Norte começa a esquentar, e um episódio recente gerou polêmica envolvendo um blogueiro e radialista de Lajes do Cabugi. F. Cruz Canelinha, conhecido pelo seu trabalho no blog Foco Sertanejo, causou rebuliço ao se antecipar ao pleito e expressar publicamente sua preferência por um candidato, configurando um possível caso de propaganda eleitoral antecipada, prática proibida pela legislação eleitoral.

Em uma declaração feita em sua página na internet, Canelinha, eleitor de Pedra Preta, afirmou de forma enfática: "O meu federal é Benes Leocádio, o federal do meu prefeito Luiz de Haroldo". A frase, que parece uma simples expressão de apoio político, gerou inquietação no meio político local, uma vez que, segundo a legislação eleitoral brasileira, a propaganda eleitoral só pode começar a partir do dia 15 de agosto do ano da eleição.

A declaração do radialista, que também mantém um canal influente de comunicação, pode ser interpretada como uma tentativa de alavancar o apoio a Leocádio de forma prematura. Embora ele tenha se referindo ao deputado federal de maneira coloquial, como "meu federal", a antecipação do apoio a um nome político nas eleições de 2026 pode configurar uma infração, caso a Justiça Eleitoral entenda que se trata de uma forma de propaganda.

O Que é Propaganda Antecipada?

De acordo com a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997), a propaganda eleitoral é permitida apenas a partir do período estabelecido pela Justiça Eleitoral. Qualquer manifestação política pública que ocorra antes desse período pode ser considerada ilegal. Isso inclui a divulgação de apoios ou a veiculação de qualquer conteúdo que favoreça ou desabone candidatos, sem estar dentro do calendário oficial.

No caso de Canelinha, que tem um grande alcance nas redes sociais e em seu blog, a influência de suas palavras não pode ser ignorada. A simples menção a um candidato, em um momento em que a eleição ainda está distante, pode ser interpretada como uma forma de direcionamento eleitoral, especialmente quando se fala de um nome forte como Benes Leocádio, um conhecido político da região.

Repercussão Política e Legal

A declaração de Canelinha não passou despercebida pelos rivais políticos, que já questionam a legalidade do ato. Advogados especializados em direito eleitoral afirmam que, embora a liberdade de expressão seja garantida pela Constituição, o blogueiro pode estar infringindo as normas que buscam garantir uma campanha eleitoral justa e equilibrada.

Por outro lado, muitos apoiadores de Canelinha acreditam que ele apenas exerceu seu direito de livre expressão e que a declaração, por ser apenas um "afirmar de preferência", não deveria ser considerada uma propaganda. No entanto, a jurisprudência tem sido rigorosa em relação a esse tipo de infração, principalmente em um cenário onde as redes sociais e blogs se tornaram ferramentas poderosas de mobilização política.

O Impacto nas Eleições de 2026

O episódio envolvendo F. Cruz Canelinha levanta uma discussão importante sobre o papel da mídia local nas eleições, especialmente em tempos de influência digital. Os blogueiros e radialistas têm um poder considerável sobre a opinião pública, e suas declarações podem impactar de maneira significativa os resultados eleitorais, ainda que as eleições estejam a anos de distância.

Com o cenário político cada vez mais polarizado e a crescente pressão por uma campanha limpa e transparente, as autoridades eleitorais devem ficar atentas a qualquer tipo de manifestação antecipada, como a feita pelo blogueiro, para evitar distorções no processo democrático.

Por enquanto, resta acompanhar as movimentações políticas na região e verificar se outras figuras influentes irão seguir o exemplo de Canelinha, ou se o episódio gerará um maior controle sobre as manifestações eleitorais, antes mesmo do início oficial da campanha.

Conclusão

O caso de F. Cruz Canelinha serve como um alerta para todos os influenciadores digitais e comunicadores locais, que devem estar cientes dos limites da legislação eleitoral. Embora o apoio a um candidato seja um direito legítimo, a forma e o momento em que isso ocorre são cruciais para garantir a lisura do processo eleitoral. As eleições de 2026 já começam a tomar forma, e, sem dúvida, episódios como este contribuirão para o debate sobre os desafios da política contemporânea e a influência da mídia na escolha dos eleitores.

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