Reduzir ministérios contribui pouco para corte de gastos, mas tem poder simbólico

Dilma e seus ministros em 1º de janeiro (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
Atendendo a pressões de políticos e da opinião pública, o governo Dilma Rousseff anunciou nesta segunda-feira que vai cortar dez de seus 39 ministérios até final de setembro. Embora a medida tenha o valor simbólico de demonstrar que o governo está "cortando na própria carne", não produzirá impacto relevante no sentido de melhorar as contas públicas e viabilizar um ajuste fiscal mais robusto, afirmam economistas ouvidos pela BBC Brasil. Isso acontece porque a grande maioria dos gastos do governo está concentrada em poucos ministérios, principalmente na área social. Boa parte são despesas obrigatórias – com saúde, educação, aposentadorias – que não podem ser reduzidas com uma mera canetada. Leia mais: Cristina Kirchner defende Lula e Dilma e fala em 'conspiração' no continente Leia mais: O que significa a entrada do Brasil no seleto grupo de parceiros da Alemanha? "Na prática, o que é isso perto do que o governo gasta com juros, perto de outras despesas que não podem ser cortadas? É mais simbólico, mas um simbolismo que ajuda, ainda mais num momento em que o governo está pedindo sacrifícios continuamente à população, aos empresários. E pode até aumentar a carga tributária no ano que vem", avalia Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central e hoje chefe da divisão econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC). 

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