Em 1964, o Brasil passou por um dos momentos mais marcantes de sua história política: o golpe militar que deu início a uma ditadura que duraria 21 anos. Naquele contexto, o então general Costa e Silva fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão para justificar a tomada do poder pelos militares.
Durante seu discurso, ele proferiu uma frase que se tornaria emblemática:
“Estávamos à beira do abismo, mas agora, com a revolução militar, o país deu um passo à frente.”
A declaração, que pretendia transmitir segurança e progresso, acabou sendo vista por muitos como uma metáfora involuntariamente trágica — afinal, dar um passo à frente à beira do abismo pode significar justamente o contrário: a queda.
O regime militar instaurado após o golpe suspendeu direitos civis, censurou a imprensa, perseguiu opositores, prendeu, torturou e matou diversos cidadãos. A “revolução” propagandeada como salvação nacional se revelou, para muitos, um período de repressão e autoritarismo.
Frases como essa nos convidam a refletir sobre o poder da linguagem na política — e como discursos podem esconder intenções ou realidades mais duras. Conhecer e questionar o passado é fundamental para que a história não se repita.
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