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Na noite desta segunda-feira, a calçada da fama foi palco de mais uma reunião cheia de história, segredos e, como sempre, aquele zunzunzun que ecoava por todos os cantos. Como você já sabe, quando os meninos se reúnem, é impossível não se deixar levar pelas conversas intensas e cheias de reviravoltas. E naquela noite não foi diferente, meus amigos. O burburinho estava mais forte do que nunca.
Um dos rapazes, com os olhos arregalados e uma expressão de quem estava à beira de um colapso, falava em tom quase desesperado. Suas palavras eram carregadas de arrependimento, como se o peso de um erro tivesse finalmente caído sobre ele. "O óbvio teve que ser explicado", ele dizia, como se tivesse descoberto algo que todos já sabiam, mas que ele demorou para entender. Algo parecia ter despertado nele uma necessidade de esclarecimento, uma urgência de colocar para fora o que estava engasgado. Mas o que exatamente? Ele não disse, e o mistério ficou no ar, deixando a todos mais intrigados.
Outro, com um olhar mais calmo e ponderado, entrava na conversa. Ele falava sobre a sensação de culpa, mas não no sentido comum de querer se livrar de um peso. Ele sugeriu algo mais profundo: que há pessoas que, com o coração pesado, buscam se redimir de seus próprios atos, tentando acertar com quem, na verdade, foi vítima de suas ações. O conceito de perdão, e como ele se entrelaça com a busca pela paz interior, dominava suas palavras. Mas havia algo de inquietante nas suas ideias. Ele parecia querer justificar algo que não estava claro, como se estivesse tentando se salvar de um erro do passado.
E então, o terceiro, com uma postura mais serena, como quem já passou por algo similar, disse que o importante era fazer algo concreto, um gesto, uma ação para se retratar com um amigo. Ele falava da necessidade de corrigir o que estava torto, de reconstruir pontes que, por alguma razão, foram queimadas. Mas o tom dele era firme, e, embora fosse um conselho dado com boa intenção, parecia mais uma sentença de quem já estava cheio de incertezas. Afinal, como se pode corrigir um erro que ainda não foi completamente entendido?
A conversa ia tomando uma forma cada vez mais intensa. As palavras começaram a se entrelaçar, os pontos de vista se chocavam, mas havia um consenso que pairava no ar: o autoelogio nunca seria uma solução. Foi quando outro rapaz, mais direto e crítico, levantou uma questão que, sem dúvida, foi a mais filosófica de todas. Ele começou com uma reflexão simples, mas poderosa: "Em primeiro lugar, o autoelogio conspira contra a humildade." Ele afirmava, com convicção, que o autoelogio não ficava bem, não era adequado, nem sensato. Na sua visão, aquele que se coloca num pedestal, buscando acender holofotes sobre si mesmo, acaba perdendo o sentido de realidade.
"Quem se coloca acima dos outros, e bate palmas para si mesmo, está simplesmente esquecendo de olhar para os próprios defeitos", dizia ele. "Aquele que se coloca no centro das atenções, perde não só o senso do ridículo, mas também a capacidade de se autoavaliar de forma honesta." Ele tinha razão, e a calçada se calou por um momento. O raciocínio era profundo e verdadeiro: aqueles que se humilham, que reconhecem suas falhas e se dispõem a aprender, são os verdadeiros exultados.
Ele foi ainda mais longe, citando algo que fez todos refletirem profundamente: "No reino de Deus, a pirâmide está invertida. Aquele que quiser ser o maior, será o menor, e o servo de todos!" Foi como se essa frase tivesse sido a chave para entender todo o desconforto que pairava sobre a conversa. Talvez todos ali, sem perceber, estivessem buscando uma forma de se redimir não apenas com os outros, mas consigo mesmos. Talvez estivessem tentando entender o verdadeiro sentido da humildade, e de como ela nos liberta dos nossos próprios egoísmos.
O zunzunzun da noite, apesar de ser carregado de confusão e de palavras que se entrelaçavam, deixou algo claro: a busca pela verdade e pela humildade é algo que todos, no fundo, precisam fazer. E, quando nos afastamos da arrogância, nos aproximamos da verdadeira grandeza.
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