Sua história não será esquecida pelo seu povo: Félix, o campeão que desapareceu após a copa de 70

Há exatos 13 anos, nos deixou Félix Miélli Venerando — o goleiro da Seleção Brasileira campeã do mundo em 1970. Para muitos, um nome esquecido. Para outros, uma memória guardada com carinho e respeito. Mas para o povo que vibrou com aquela seleção mágica, sua história merece ser lembrada. E celebrada.

Félix foi o homem sob as traves na equipe que encantou o mundo. Jogando ao lado de Pelé, Tostão, Jairzinho, Gérson e Rivellino, ele foi o último obstáculo entre o sonho do adversário e a glória do Brasil. Com postura discreta, sem firulas ou espetáculos, ele fez o que se espera de um verdadeiro goleiro: cumpriu seu papel com coragem e serenidade.

Mesmo assim, após o apito final da vitória na Copa do Mundo do México, Félix sumiu dos holofotes. Diferente de muitos campeões, não construiu carreira na mídia, não se envolveu em polêmicas nem buscou protagonismo. Ele se recolheu. Sua imagem foi lentamente sendo apagada da memória popular, como se tivesse sido apenas um coadjuvante no maior espetáculo futebolístico de todos os tempos.

Mas ele não foi.

Félix era parte essencial daquela máquina ofensiva que precisava de alguém seguro atrás para funcionar com liberdade. Foi criticado, sim — talvez mais do que merecia — por sua técnica considerada “simples” por alguns analistas. Mas seu currículo responde por ele: campeão do mundo, titular incontestável de uma seleção lendária, e ídolo eterno do Fluminense.

Por que Félix desapareceu depois dea copa de 70? Talvez pela própria natureza humilde de sua personalidade. Talvez pelo peso injusto das críticas. Ou talvez porque alguns heróis escolhem viver no anonimato, longe da fama que, muitas vezes, cobra caro.

Mas o tempo, ainda que silencioso, é justo. E neste 13º ano desde sua partida, é preciso reafirmar: sua história não será esquecida por seu povo. Não pelo povo que ainda vibra com a Seleção de 70. Não pelos torcedores tricolores que o viram brilhar. Não por quem entende que o futebol se faz com mais do que gols: se faz com coragem, sacrifício e amor à camisa.

O eterno "Gato" Félix não sumiu. Ele apenas descansou em paz, sabendo que seu lugar na história já estava garantido. Cabe a nós lembrar.

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