O nosso repórter secreto esteve, ao longo desta quinta-feira (08), circulando discretamente pelo Distrito de Baixa do Meio, em Guamaré. Durante o dia, visitou diversos "cartos" — como se diz por lá — conversando, ouvindo, sondando e observando os movimentos que antecedem a possível formação da nova Mesa Diretora da Câmara Municipal.
Em meio às conversas de bastidores, uma declaração inesperada de um vereador chamou a atenção da nossa reportagem e promete repercutir nos próximos dias no cenário político local.
Ao ser questionado sobre sua posição diante do que está por vir, o parlamentar não fugiu da pergunta — pelo contrário, respondeu com uma sinceridade desarmante e até certo tom de desabafo:
"Na eleição passada da mesa diretora me apontaram o dedo. Me olharam torto, cochicharam pelos cantos, questionaram minhas intenções. Eu era o nome sussurrado nas conversas de corredor, o rosto que causava silêncio quando entrava na sessão. Desconfiança era meu sobrenome — ou, ao menos, assim me fizeram acreditar."
Ele continuou:
"Mas o tempo passou. E com ele, as máscaras caíram, os discursos mudaram, os aliados viraram o foco da nova desconfiança. De repente, aquela mesma figura que era vista com receio agora é lembrada pela coerência, pela firmeza, pela ausência de escândalos. O vilão de ontem virou uma possibilidade segura hoje."
Em tom descontraído, mas com palavras afiadas, o edil concluiu com uma pergunta carregada de sentido político:
"E aí, Chaninho, já que você me fez várias perguntas, posso te fazer uma também?"
Nosso repórter, que assina como "Fekibo", respondeu com naturalidade:
— Claro, fique à vontade.
E então veio a frase que pode agitar os corredores da Câmara:
"Se o da desconfiança fui eu, posso ser o vice agora?"
O silêncio que seguiu foi mais eloquente que qualquer resposta. A frase não é apenas retórica — é um convite à reflexão sobre os jogos de poder, as viradas de narrativa e a dança das cadeiras que compõem o xadrez político de Guamaré.
E como bem disse o vereador:
"Parece que a confiança só chega quando a desconfiança muda de endereço. E talvez seja esse o momento em que eu mereço a chance — não porque sou santo, mas porque aprendi a carregar o peso da dúvida e ainda assim seguir em pé."
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