O repórter secreto do Guamaré na Tela, conhecido como Gato Preto, deixou o chão guamareense e seguiu até Bento Fernandes com o objetivo inicial de colher informações sobre a recente adesão de seis vereadores que deixaram a base governista para apoiar o grupo do ex-prefeito Júnior Marques. No entanto, a investigação acabou revelando um cenário muito mais grave: gastos públicos suspeitos, execução de serviços fictícios e indícios de crimes como peculato, falsidade ideológica e improbidade administrativa.
Durante a apuração, o repórter encontrou na cidade veículos da frota municipal em completo estado de abandono — alguns sem motor, enferrujados e sem qualquer condição de rodagem — que, mesmo assim, geraram despesas à Prefeitura durante a gestão anterior. Documentos obtidos com exclusividade apontam que, na administração de Júnior Marques, foram autorizados pagamentos por supostas manutenções em automóveis completamente inservíveis, parados há anos no pátio municipal.
Segundo a denúncia, que já teria sido formalizada junto ao Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), a Prefeitura registrou gastos com troca de óleo, alinhamento, balanceamento e substituição de peças em veículos que jamais teriam passado por reparos de fato. Servidores municipais ouvidos pela reportagem afirmaram que os automóveis não saem do pátio há anos. “Alguns não têm sequer motor, muito menos condições de rodar”, relatou uma fonte sob anonimato.
O caso mais grave teria ocorrido em dezembro, quando a gestão Júnior Marques autorizou o pagamento de mais de R$ 47 mil por serviços de manutenção em apenas dois veículos — ambos sem motor e fora de operação.
O MPRN deverá avaliar a abertura de inquérito para apurar a legalidade dos pagamentos e eventuais responsabilidades civis e criminais. Caso as suspeitas sejam confirmadas, os envolvidos poderão responder por fraude, desvio de recursos e outros crimes contra a administração pública.
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