Manifestantes contra a redução da maioridade reunidos no gramado em frente ao Congresso.
Antes da votação da proposta que reduz a maioridade penal, o gramado em frente ao Congresso Nacional foi ocupado por cerca de 500 pessoas, a maioria contrária ao projeto que reduz de 18 para 16 anos a idade penal para crimes hediondos, homicídio e roubo qualificado.
Diversas entidades, como centrais sindicais e movimentos estudantis, protestam pacificamente contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93. Outro grupo, menor, apoia a medida e, para chamar a atenção, fixou cruzes no gramado para simbolizar as vítimas de crimes praticados por adolescentes.
Os dois movimentos protestam sem entrar em confronto.
O esquema de segurança do Congresso foi reforçado e os manifestantes são impedidos de chegar perto do espelho d’água.
Os manifestantes contrários à redução da maioridade penal demonstram sua insatisfação com o uso de faixas com expressões como “Menos cadeias, mais escolas”, “Redução não é a solução” e “Estudantes contra a redução”.
Samuel de Oliveira, 18 anos, da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), veio de São Paulo (SP) com um grupo contrário à proposta. “Queremos mostrar para os deputados que é preciso criar mais perspectivas para a juventude, com emprego e cultura, em vez de diminuir a maioridade penal”, disse. Ele faz parte de um grupo que montou acampamento, com cerca de cem barracas, a cerca de 200 metros do espelho d’água do Congresso. Segundo ele, outros mil estudantes são aguardados até o início da noite.
Mas não apenas estudantes protestam contra a proposta de reduzir a maioridade penal. Iran Magalhães, conselheiro tutelar do bairro de Águas Claras, no Distrito Federal, também critica a emenda constitucional. "Reduzir a maioridade não vai reduzir o problema da violência. O que nós, conselheiros tutelares em Brasília defendemos é investimento em educação integral de qualidade", disse.
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