A ex-presidente Dilma Rousseff concedeu uma entrevista ao canal de TV do Catar Al Jazeera. Em um trecho da conversa, que será exibida na noite desta sexta-feira (16), o repórter questiona a petista sobre o escândalo de corrupção na Petrobras.
“Você não está negando que houve um massivo escândalo de R$ 3 bilhões na Petrobras. E você está negando que integrantes do PT, incluindo o tesoureiro, estrategista do seu próprio partido, e seu próprio chefe de gabinete estiveram envolvidos nisso?”, pergunta.
Dilma responde: “Enquanto não julgarem, eu não vou julgar.
Não é meu papel aqui julgar ninguém”.
O entrevistador continua e endurece o tom. “Alguns podem dizer que ou você sabia o que estava acontecendo, no caso você era cúmplice, ou você não sabia acontecendo, no caso você era incompetente. Qual dos dois era?”.
Ao responder, Dilma trata a pergunta como uma “escolha de Sofia” e diz que “não entra nela”. “Meu querido, este é um tipo da escolha de Sofia que eu não entro nela, porque não é isso que acontece.
“Há uma diferença e há no mundo interiro entre um conselho e uma diretoria executiva. Nem todos os membros da diretoria sabiam que aqueles diretores da Petrobras tinham mecanismos de corrupção e estavam enriquecendo de forma indevida”, diz.
Na entrevista, ela chama o presidente Michel Temer (PMDB) de “traidor” e “ilegítimo”. “Isso é porque o processo que o levou para o governo… é um processo baseado em rasgar a Constituição brasileira”, diz.
E emenda: “Eu nunca esperei que ele fosse um traidor e ele é um traidor. Ele não me traiu como pessoa. Ele traiu a presidente do Brasil. Ele traiu uma instituição. E mais, ele traiu uma campanha”.
0 Comentários