Fátima Bezerra tenta passar uma “batata quente” para Walter Alves

Os bastidores da política potiguar ferveram nos últimos dias. A informação que circula é que o vice-governador Walter Alves (MDB) estaria avaliando seriamente a possibilidade de não assumir o comando do Governo do Rio Grande do Norte no próximo ano. Isso aconteceria caso a governadora Fátima Bezerra (PT) renunciasse ao cargo para disputar uma vaga no Senado.

O grande entrave é o cenário nada favorável que se desenha para 2026. Walter não estaria disposto a enfrentar o desgaste de administrar um Estado com dificuldades crescentes, incluindo a possibilidade real de atrasos na folha de pagamento — um fantasma político capaz de comprometer qualquer projeto futuro.

Segundo interlocutores próximos ao MDB, o quadro econômico do RN foi analisado com atenção, e o diagnóstico não animou: assumir o governo, nesse contexto, poderia ser um verdadeiro “presente de grego”.


Quem assume o “elefante”?

Caso Walter recuse a missão, abre-se um cenário político complexo. O presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Souza, que é pré-candidato à reeleição, estaria impedido pela legislação eleitoral de assumir o governo.

Assim, a linha sucessória conduziria o presidente do Tribunal de Justiça do RN ao comando temporário do Estado. Ele, então, convocaria eleições indiretas entre os deputados estaduais para conclusão do mandato. Apenas parlamentares que não disputarão reeleição poderiam concorrer.

No cenário atual, os nomes que surgem como possíveis são os deputados decanos José Dias (PL) e Vivaldo Costa (PV).


Walter mira a Assembleia Legislativa

Fora da cadeira de governador, Walter Alves poderia se dedicar à disputa eleitoral de 2026. Seria, então, o nome mais forte do MDB para buscar ampla representação na Assembleia Legislativa, reunindo forças para formar um grupo robusto e, quem sabe, influenciar diretamente na eleição do futuro presidente da Casa.

O que está em jogo não é apenas a sucessão no Executivo, mas também o xadrez político que poderá definir o rumo da política potiguar nos próximos anos. A batata quente está na mesa — e ninguém parece disposto a segurá-la.


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