Sua história não será esquecida pelo seu povo: Um ano sem Silvio Santos


Há exatamente um ano, o Brasil se despedia de um dos maiores ícones da sua história televisiva: Silvio Santos. No dia 17 de agosto de 2024, aos 93 anos, o empresário e comunicador partiu, deixando uma lacuna impossível de preencher — mas também um legado imortalizado na memória coletiva do país.

Silvio, cujo nome de batismo era Senor Abravanel, não foi apenas o "homem do Baú" ou o apresentador carismático dos domingos. Ele foi um símbolo de perseverança, criatividade e conexão com o povo. De ex-camelô a fundador de um dos maiores grupos de comunicação do Brasil, sua trajetória é a própria história da televisão brasileira.

Nascido em 12 de dezembro de 1930, no Rio de Janeiro, filho de imigrantes judeus, Silvio Santos aprendeu desde cedo o valor do trabalho. Começou como camelô ainda adolescente, encantando as ruas com sua voz potente e lábia afiada. Foi justamente essa voz que lhe abriu as portas da Rádio Guanabara, mas o talento empreendedor falou mais alto — preferiu seguir vendendo nas ruas, onde já era um sucesso.

Sua estreia na televisão se deu nos anos 60, com o programa "Vamos Brincar de Forca", na antiga TV Paulista. O carisma espontâneo, os prêmios, os jogos, a interação com o auditório — tudo isso moldou um novo jeito de fazer televisão. Aos poucos, nasceu o "Programa Silvio Santos", que, ao longo de seis décadas, tornou-se uma das atrações mais longevas da TV mundial.

Nos anos 70, Silvio alugava horários na Globo para exibir seu programa. A relação durou até 1976, quando, após pressões internas, ele migrou para a TV Tupi. Em 1981, fundou a própria emissora — a TVS, que depois se tornaria o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão). Ali, Silvio pôde dar forma total à sua visão: uma TV popular, acessível, divertida e familiar.

Nos últimos anos, afastado dos palcos e da TV, Silvio passou por desafios de saúde, incluindo internações por Covid-19 e, mais recentemente, por H1N1. Sua última aparição pública nos estúdios foi em 2022. Ainda assim, sua ausência nunca se fez sentir de forma completa — afinal, sua voz, suas brincadeiras, sua risada e seus bordões ecoam até hoje nos lares brasileiros.

Atualmente, o "Programa Silvio Santos" segue no ar, agora sob o comando de sua filha, Patrícia Abravanel, que carrega o nome e a essência do pai no palco. Já a presidência do SBT está nas mãos de Daniela Beyruti, outra filha que herdou não apenas a responsabilidade, mas também a visão de futuro do pai.

Silvio Santos não foi apenas um apresentador. Foi um construtor de sonhos, um empresário visionário e um amigo das famílias brasileiras. Seu jeito único de se comunicar, a forma como tratava o público com carinho e bom humor, e sua incansável dedicação ao trabalho o tornaram parte do imaginário nacional.

Hoje, um ano após sua partida, o Brasil não diz adeus — diz "obrigado". Obrigado pelas tardes de domingo. Pelos aviõezinhos de dinheiro. Pelas piadas e pelas lágrimas. Pela ousadia de quem nunca teve medo de inovar.

Silvio Santos vive. Em cada risada, em cada programa, em cada memória. Sua história, definitivamente, não será esquecida por seu povo.

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