NA DÉCADA DE 70 O NOSSO TRANSITO ERA MAIS COLORIDO


Por décadas, quem andava pelas ruas das cidades brasileiras percebia um trânsito bem diferente do atual. Além de menos veículos e menor velocidade, havia algo que chamava atenção de qualquer pedestre ou motorista: as cores. O trânsito de antigamente era, sem dúvida, mais colorido.

Basta observar fotos antigas para notar a diversidade de tonalidades nos veículos. Vermelhos vibrantes, amarelos ensolarados, verdes intensos e até tons pastéis que hoje parecem coisa rara nas ruas. “Na década de 70, era comum ver Fuscas azuis, Kombis verdes e Chevettes amarelos. As montadoras apostavam em cores vivas, que davam um ar mais alegre às cidades”, relembra o historiador e colecionador de carros antigos, Sérgio Almeida.

Atualmente, o cenário é outro. Segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), mais de 80% dos carros vendidos no país são de cores neutras: branco, preto, prata e cinza. A busca por discrição, facilidade na revenda e menor percepção de sujeira são algumas das razões apontadas por especialistas.

Além disso, o aumento da frota e a urbanização desenfreada transformaram o trânsito em um ambiente muitas vezes caótico, dominado não só pela impessoalidade das cores, mas também pelo estresse e pela pressa. “O trânsito de antigamente não era só mais colorido nas cores, mas também parecia mais humano, mais próximo, mais comunitário”, reflete Sérgio.

Talvez, no meio de tanto cinza, seja hora de refletirmos: por que deixamos o trânsito perder suas cores?

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