A política potiguar, que já tem seus próprios ritos e símbolos, ganhou nos últimos dias um novo capítulo digno de nota. Faltando exatos 466 dias para as eleições de 2026, um dos nomes mais emblemáticos da cena política do Rio Grande do Norte, Vivaldo Costa, o popular Papa Jerimum, anunciou sua despedida da vida pública. E como um verdadeiro “papa” da política local, ele não saiu em silêncio: fez seu próprio “habemus gubernator”.
Em declaração que emocionou correligionários e surpreendeu adversários, o veterano político de 84 anos, atualmente deputado estadual pelo Partido Verde (PV), confirmou que não irá à reeleição no próximo pleito. “Estou encerrando minha carreira na vida pública”, afirmou de forma direta, pondo fim a uma trajetória de mais de meio século, marcada por passagens como prefeito, deputado estadual e federal, vice-governador e até governador do estado.
Mas o Papa Jerimum, como é conhecido por seu carisma e forte presença no Seridó potiguar, não deixou a cena sem deixar sua bênção política. Vivaldo Costa sugeriu o nome de Alysson Bezerra (União Brasil), atual prefeito de Mossoró, para a disputa ao governo do estado em 2026. “Sugiro a chapa para 2026: Alysson Bezerra, governador”, declarou, endossando o nome do jovem gestor, que vem se destacando no segundo maior colégio eleitoral do estado.
A declaração ganha ainda mais peso por vir de um político considerado “enciclopédia viva” da política norte-rio-grandense, com influência especialmente no interior do estado. A “fumaça branca” que se espera para 2026 ainda está longe, mas o gesto de Vivaldo Costa reacende os bastidores e pode influenciar diretamente a formação das chapas nos próximos meses.
Alysson Bezerra, embora ainda não tenha confirmado publicamente a intenção de disputar o governo, ganha um reforço importante com o apoio de Vivaldo. E em tempos de descrença política, a simbologia do Papa Jerimum parece ainda ter força junto ao eleitorado mais tradicional.
Se o conclave da política potiguar ainda não decidiu o seu candidato ideal, Vivaldo já acendeu a vela do sucessor. E até lá, o Rio Grande do Norte aguardará, entre bastidores fervilhantes e alianças em formação, a próxima fumaça branca das urnas de outubro de 2026.
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