O cenário político do Rio Grande do Norte está passando por uma verdadeira reconfiguração que pode mudar drasticamente os rumos das eleições nos próximos anos. As movimentações partidárias e as divergências internas sinalizam que o jogo político no Estado está longe de estar definido.
Em 2022, embalado pela onda bolsonarista, o Partido Liberal (PL) conseguiu um desempenho expressivo, elegendo quatro deputados federais: Robinson Faria, João Maia, Coronel Girão e Sargento Gonçalves. No entanto, o partido já começa a perder força. João Maia rompeu com a sigla, e agora, Robinson Faria também se prepara para seguir o mesmo caminho, o que enfraquece consideravelmente a bancada do PL no RN.
Por outro lado, no União Brasil (UB), o clima também é de tensão. O prefeito Paulo Freire, que diverge politicamente do presidente estadual da legenda, o ex-senador José Agripino Maia, não demonstra disposição para apoiar o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (UB), numa possível candidatura ao governo do Estado. Isso indica um possível racha interno que pode repercutir fortemente nas alianças para 2026.
Enquanto isso, o senador Styvenson Valentim permanece isolado no PSDB, sem sinalizar grandes articulações com outros grupos políticos, o que pode limitar sua capacidade de construir uma chapa competitiva, caso deseje disputar o governo ou a reeleição para o Senado.
O movimento mais expressivo, no entanto, vem do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira, que, junto com um grupo expressivo de deputados e aliados, sinaliza uma possível migração para o MDB. Esse movimento fortalece ainda mais o partido, que pode se tornar protagonista no processo eleitoral, tanto na formação de chapas majoritárias quanto na disputa proporcional.
Diante desse cenário, o xadrez político potiguar está longe de uma definição. Com partidos se esvaziando, lideranças buscando novos espaços e alianças sendo redesenhadas, tudo indica que o Rio Grande do Norte poderá, sim, viver um giro político de 360 graus, com a formação de novos blocos, rompimentos e composições surpreendentes que podem mudar completamente o mapa político do Estado.
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