AINDA HÁ QUEM CONFUNDA ELOQUÊNCIA COM SABEDORIA


Perdoai-me, portanto...
Não me escondo atrás de textos nem de indiretas. Falo com clareza, pois quem se cala diante do erro, também consente com ele. E, ainda assim, por que me julgais? Acaso sou eu diferente de vós? Apenas escolhi não ser surdo às vozes da consciência, nem cego diante da verdade.

Ao refletir sobre isso, minha mente me leva à história antiga, aos exemplos que atravessam os séculos. Lembro-me do rei Davi, homem segundo o coração de Deus, que mesmo sendo falho, soube se arrepender, reconhecer seus erros e buscar a misericórdia. Ao contrário, Absalão, seu próprio filho, deixou-se levar pela soberba, pela vaidade, pela sede de poder, rebelando-se contra quem lhe deu a vida.

E há também Aitofel, homem sábio, conselheiro astuto, mas que, ferido pela mágoa, permitiu que o rancor o desviasse do caminho da justiça, levando-o à ruína. O coração endurecido é capaz de destruir não apenas quem o carrega, mas também aqueles que confiam em sua voz.

Na história mais recente, surge Hitler, símbolo do que o ódio, a manipulação e o ego desenfreado podem fazer. Líderes, sim... mas líderes que não devem, jamais, ser confundidos com bons exemplos ou com modelos de liderança virtuosa.

O mundo, muitas vezes, se engana com aparências. Há quem confunda eloquência com sabedoria, carisma com retidão, poder com verdade. Mas não se enganem: nem todo aquele que guia, guia para o bem. Nem todo aquele que fala, fala com justiça.

Por isso, perdoai-me, se minhas palavras não agradam. Mas eu não serei surdo diante do que vejo. Nem me calarei para agradar quem se alimenta da ilusão. Prefiro o peso da verdade ao conforto da mentira.

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