ELEIÇÃO SUPLEMENTAR: 2021 O ANO DA CRISE POLÍTICA E DA RECONCILIAÇÃO


A política de Guamaré conseguiu dar um giro de 360 graus no ano que passou. Sim, 360 graus, aquele giro que te coloca no mesmo lugar em que estavas no começo.

Em olhar apressado, 2020 termina como começou: o prefeito eleito pela soberania popular Hélio Willamy (MDB) não conseguiu ainda contabilizar na justiça o resultado das urnas e reverter a decisão de primeira instância e a cidade continua administrada pelo parlamento, mas encontrando respaldo suficiente para seguir governando e tem a chance de ampliar essa relação na eleição suplementar que se avizinha.

Reconciliação:
Já tive a oportunidade de tratar aqui deste tema, mas os debates políticos tomaram rumos tão incontroláveis que julguei oportuno trazer o assunto novamente para a nossa reflexão.

Quantas vezes já ouvimos esses xingamentos de lado a lado! E dentro da própria família, ou no círculo dos amigos mais queridos. As pessoas se expressam de maneira raivosa, agressiva e irrefletida. Em certas circunstâncias, aqueles que eram tão caros no relacionamento de longa data se afastam com sentimento de rancor e não retornam mais ao convívio.

Os defensores da oposição agridem porque se sentem injustiçados pela derrota nas urnas. Os da situação porque não se conformam com o fato de ter alguém ainda com a "petulância" de fazer a defesa daqueles que, buscam o poder.

De maneira geral, as conversas começam em tom cordial, ameno, como se fossem uma simples troca de ideias. Com o passar do tempo um dos interlocutores fala mais alto, para dar ênfase às suas ideias. O outro se sente ofendido e responde com volume mais elevado. Pronto, a encrenca já está armada. E como alerta o dito popular: em discussão sobre política quem perde primeiro é a razão.

Sem contar as redes sociais. Como as pessoas não ficam frente a frente, acham que as palavras escritas não provocarão ressentimentos. O efeito, porém, pode ser o mesmo que ocorre com a comunicação tête-à-tête, e em certas circunstâncias ainda pior, pois o texto fica lá, guardado, para que se recordem das agressões recebidas. E mesmo depois de muito tempo, sempre que a mensagem for lida dará a impressão de que a provocação acabou de ocorrer.

Por isso, vale a pena ponderarmos se vale mesmo a pena entrar numa contenda política. Não que não se possa conversar a respeito de temas políticos, já que esse assunto é instigante e até sedutor. Quando, entretanto, a boa conversa se transforma em confronto, é hora de tirar o time de campo.

É claro que, se não concordar com o interlocutor, não irá se despersonalizar dizendo que está de acordo. Talvez uma boa solução seja a de ficar calado, ouvir sem discordar, e na primeira oportunidade mudar o rumo da conversa. Se perceber que ele insiste na discussão, a melhor alternativa, provavelmente, será a de dar uma desculpa e se afastar.

A melhor aula que recebi sobre civilidade política foi ministrada na prática por aquele que sempre considerei o melhor professor, orador e apresentador que tive a felicidade de conhecer.

Estamos chegando ao momento sublime com dois ferrenhos adversarios politicos. E o que devemos fazer é apenas absorver e avaliar com todo o cuidado sempre que desejarmos falar de um adversário. Tantas vezes nos enfrentamos e nos defrontamos, que, hoje, podemos abraçar-nos, na certeza do dever cumprido; demonstrando assim que o dom da palavra deve ser cultivado, pois somente falando a linguagem da verdade, somente falando a linguagem da pureza dos nossos corações, podemos manter intactos os valores humanos e podemos ser amigos, embora adversários ao longo da vida.

Esse é, portanto, um excelente exemplo para a nossa reflexão: será que convém, por causa de diferenças políticas, transformar amigos e conhecidos, por quem temos tanto apreço, em desafetos? Pensemos nas conversas que tivemos nos últimos tempos. Avaliemos como temos nos comportado. E, principalmente, se poderíamos ter agido de maneira mais amistosa e cordata.

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