Após passar dez anos no corredor da morte, Rodrigo
Gularte, de 42 anos, foi executado nesta terça-feira (28) na Indonésia, segundo
informações do jornal local The Jakarta Post. Gularte havia sido preso em 2004
por tentar entrar no país com 6 kg de cocaína. Ele usou oito pranchas de surfe
para esconder 12 pacotes da droga.
Gularte pediu à
família que seja enterrado no Brasil, em uma reunião que os parentes tiveram
com o brasileiro na segunda-feira (27), dentro do complexo de prisões de
Nusakambangan, em Cilacap.
O brasileiro estava
a caminho da ilha de Bali, acompanhado de dois amigos, mas assumiu sozinho a
autoria do crime de tráfico internacional de drogas.
O Itamaraty chegou
a entregar uma carta ao diretor da penitenciária Pssar Putih, na Indonésia,
pedindo a transferência de Gularte para um hospital psiquiátrico na cidade de
Yogyarta.
Diagnosticado com
esquizofrenia, o brasileiro podia ter sido poupado do fuzilamento se o laudo,
assinado por um médico do serviço público de saúde do país, tivesse sido aceito
pela Justiça.
Tentativas de ao
menos adiar a execução foram feitas também pela Anistia Internacional, mas os
planos esbarraram no apoio popular à pena de morte para traficantes entre a
população da Indonésia, que é de maioria muçulmana.
Como última
tentativa de evitar o fuzilamento, advogados de Gularte entraram nesta terça-feira
(28) com recurso na Corte Administrativa de Jacarta pedindo a revisão do fato
do presidente indonésio, Joko Widodo, ter negado clemência ao brasileiro.
Fuzilamento de brasileiros
Em janeiro deste
ano, o primeiro brasileiro foi executado no país. Marco Archer Cardoso Moreira,
de 53 anos, também havia sido condenado pelo crime de tráfico de drogas.
Após o fuzilamento
de Moreira, a presidente Dilma emitiu comunicado se dizendo ‘indignada’ com a
execução. Ela convocou o embaixador brasileiro em Jacarta para consultas, uma
atitude que é interpretada como um abalo das relações diplomáticas.
Segundo
levantamento da Anistia Internacional, há 160 pessoas no corredor da morte na
Indonésia, dos quais 63 são estrangeiros de 18 países.
Além de indonésios
e do brasileiro, há condenados da Austrália, China, Estados Unidos, França,
Gana, Holanda, Indonésia, Índia, Irã, Malásia, Nepal, Nigéria, Paquistão, Serra
Leoa, Tailândia, Vietnã e Zimbábue.
As principais
condenações foram por homicídio, terrorismo e, no caso dos estrangeiros, quase
todas por tráfico de drogas.
As execuções por
pena de morte, que não eram realizadas desde 2008, voltaram a acontecer no país
em 2013, quando cinco condenados foram executados. Em 2014, não houve
execuções.
R7
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